sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Quando quero sei ser nada simpática. Poucos, bem poucos, já perceberam isso. Não sei explicar direito, mas tenho um apito interno que dispara feito louco quando não vou com a cara de alguém. E às vezes, inexplicavelmente, não topo com a cara de alguma pessoa. Mesmo que ela nunca tenha me feito nada. Mesmo que eu nunca tenha trocado duas ou três palavras com ela. É gratuito.

Não costumo guardar mágoa, pois sou da tribo da conversa. Tá ruim? Então senta aqui e vamos resolver as coisas. Muitas vezes peco por falar demais. E quando não sei falar, escrevo. Quantas e quantas vezes as palavras ficaram trancadas dentro de mim e só saíram quando viram um papel e caneta na frente? Tantas e tantas vezes tudo fico preso e só se soltou na frente de um computador. Já me comuniquei com amigos, pais e namorado desse jeito: papel. É lá que eu me resolvo, me absolvo, me culpo, me julgo e faço as pazes.

Por favor, não chegue metendo o pé na porta da minha vida. Não gosto. Acho uma falta de respeito sem tamanho. Muita gente pensa que me conhece. Ilusão, mera ilusão. Quanto mais o tempo passa mais eu percebo que pouquíssimas pessoas me conhecem de verdade. Me analiso uma vez por semana e a cada dia que passa descubro mais e mais disfarces que uso. A gente usa escudos para afastar os males. E o que faz bem também (burros?).

Amizade nasce com o tempo. Não dá pra forçar, tentar criar uma intimidade inexistente. Antigamente, contava a minha vida para quem quisesse ouvir. Hoje em dia me preservo. Fica sabendo de mim quem eu quero que saiba. E daí alguém vem e diz: mas você tem um blog, escreve de relacionamento, de acontecimento, de sentimento. Então eu digo: as histórias que conto aqui não são completamente reais. Aumento um pouco aqui e ali. O que existe de verdadeiro é a paixão, é o sentimento que tenho pelo que faço. É claro que vida e arte se misturam (e vão sempre se misturar). Mas nada do que escrevo aqui é (e nem será) 100% fiel ao que vivo. Minha vida é muito bem guardada. Entra na minha casa quem eu quero (e são poucas pessoas, pois acredito muito nesse lance de energia).

Antes eu achava que todo mundo era meu amigo. Um dia, depois de muito sentir um gosto amargo e horrível na boca, descobri que muita gente queria me ferrar. Sim, as pessoas querem (e vão, me desculpa, mas vão) te ferrar. Tem amigo que não suporta te ver feliz. Tem conhecido que não aguenta ver o teu sucesso. Tem amigo que não gosta de ver que o teu relacionamento está dando certo. Tem parente que sente um ciúme trouxa. Tem gente que não sabe o que é gostar. Tem gente que não respeita nada. Acredito no seguinte: o olho das pessoas que gostam de você sempre vai brilhar quando alguma coisa boa te acontece. Se ele não brilha, meu amigo, "há algo errado no paraíso".

Educação a gente não compra. Não existe um personal educator. Boas maneiras a gente aprende com a vida (ou não). A elegância e o estilo a gente adquire com o tempo (ou não). Mas os limites (ah, os limites!) a gente que estabelece. Eu quero que você vá até aqui. Eu não quero que você passe desse ponto. E assim vamos vivendo (deixando bem claro pra todo mundo que não dá pra confundir as coisas).

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Sobre estar só...

Estar sozinha é engraçado, louco, angustiante, libertário e triste, tal qual estar com alguém. No entanto, estar sozinha é absolutamente o oposto de estar com alguém. Estar sozinha é fechar as mãos no nada quando se atravessa a rua correndo e não se tem uma mão para segurar. É acordar sem saber o que será do dia porque planejar sozinha dá preguiça. É falar a coisa mais engraçada do mundo para alguém que não vai rir, porque ninguém te entende tão bem. É ficar louca sem cúmplice. Não tem graça ser fora da lei sozinha. É querer contar tanta coisa para alguém, mas para quem? A vida simplesmente acontece para quem está sozinha, às vezes sem que a gente perceba, pois é mais fácil ter noção de si mesma através de outra pessoa. Estar sozinha é fazer dengo sozinha na cama, sem ninguém para apenas encaminhar o ombro um pouco mais perto. É comer doce demais porque sua boca precisa de um incentivo para continuar salivando vida. É comer doce demais porque estar sozinha dá uma tremedeira estúpida de hipoglicemia. É o doce que substitui mal e amargamente o sexo. Estar sozinha é dormir até tarde no domingo. Não para congelar o tempo na alegria, mas para fazer de conta que o tempo não existe. É conviver com a ansiedade de que você pode encontrar alguém especial a cada esquina, então você tenta ficar bonita. Mas seus olhos não mentem o cansaço da espera e a tristeza de estar solta e você fica feia. É ter a sensação de que ninguém te olha, pelo menos não como você gostaria de ser olhada. Estar sozinha é estar solta e, no entanto, é estar amarrada ao chão porque nada te faz flutuar, sonhar, divagar. Estar sozinho, ou estar sozinha, pode acontecer com qualquer um. E você torce para que aconteça com a sua melhor amiga ou com aquele homem que você gostaria de experimentar como uma pílula para a sua solidão. Estar sozinha é não suportar ouvir a palavra solidão porque ela faz sentido. E o sentido dela dói demais. Estar sozinha é ter uma risada nervosa, de quem segura um grito e um choro enquanto ri. Um riso falso para se convencer de que é possível ficar sozinha sem ficar deprimida. Estar sozinha é usar roupas provocantes sem se sentir sexy com elas. É conferir a caixa de e-mails com uma freqüência que beira a compulsão. É chorar do nada. É acordar do nada. É morrer de medo do nada que fica no estômago. Estar sozinha é uma coisa física, ou melhor, é a falta dela. Você se sente oca por dentro, por isso aquele respiro profundo de lamentação. É cogitar enlouquecer. O ombro pesa porque é tenso ficar sozinha. E porque não tem ninguém pra te fazer massagem também. Quando chove, venta, escurece e você está sozinha, você lembra de Deus e do quanto é pequeno. Estar sozinha é se aproximar de Deus por piedade própria e não por agradecimento, que é o que nos faz aproximar Dele quando estamos amando. Estar sozinha é detestar ficar em casa. Ficar em casa sozinha, quando se está sozinha, é muita solidão. Então você sai, só para não ficar em casa sozinha. E descobre o quanto você é sozinha. E volta pra casa sozinha e chora vendo fotos. Estar sozinha é implorar paixão e loucura com um olhar para o carro ao lado, segundos antes de você ver que ele não está sozinho. É trabalhar para passar o tempo e só conseguir escrever títulos, roteiros, spots e textos chatos, sem inspiração. É procurar um olhar pela rua e andar por aí com cara de louca. É estar pronta para algo novo e não aguentar mais dias iguais. É ocupar a vida de açúcar, intrigas, fofocas, encrencas. Aventuras tortas. É ocupar a vida dos outros com reclamações, lamentações, dúvidas e carências.
Resumindo: estar sozinha é triste, enche o saco dos outros e deve fazer mal para a saúde.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Explicações, justificativas... e outras razões.

Mergulhei nas letras românticas.
E através delas tomei consciência
de que a força invencível que impulsionou
o mundo não foram os amores felizes
e sim os contrariados.
Gabriel Garcia Márquez


Não sei porque eu não fiz esse post antes. Acho que por preguiça, ou por falta de tempo. Ou porque eu não quis mesmo. 
A intenção era eu descrever a causa dos meus texto e o motivo que me levou a fazer esse blog e postar esse monte de palavras que muitas vezes não falam nada, mas descrições são muito limitadas, e eu nunca lidei muito bem com limites. Mas como vieram me perguntar sobre meus sentimentos se eles estão presente na minha vida do modo como as descrevo, acho justo que saibam que alguns dos sentimentos que falo, entre as outras coisas que escrevo, nem sempre são o que sinto, nem o que acredito. As vezes são coisas que admiro nesse mundo, ou algo que eu vi e gostei, as vezes são sentimentos de amigos que mexem comigo, ou até alguns que eu queira sentir, mas não sinto. A maioria deles também são irónicos, muitas vezes o que quero dizer é o contrario do que esta escrito. mas isso não quer dizer que não descrevo também o que sinto, as vezes o faço, e geralmente em terceira pessoa. Então, que fique claro, esse blog não é meu diário, até porque eu teria que postar a todo tempo mil coisas diferentes, e que confundiriam todos que lessem. Meu dia não tem manha, tarde e noite iguais, em um mesmo padrão, esta sempre mudando, a todo momento juntos com minhas escolhas, meus momentos, meus gostos e até mesmo minhas ideias estão se reciclando sempre, a cada segundo, das vezes que meu dia teve uma padrão eu o considerei tedioso.
Ah, e eu odeio o tédio.

terça-feira, 15 de julho de 2014

Eu apenas empresto meu coração, sempre o pedirei de volta.

É que eu não amo ninguém
Não amo ninguém,
parece incrível
Não amo ninguém
E é só amor que eu respiro
Cazuza


As vezes a magia de se gostar de alguém, é não gostar tanto assim. Não se doar tanto, não sofrer com as esperas, nem com as partidas. Diz um filme que um relacionamento esta na mão de quem se importa menos. Mas se importar é uma das caracteristicas de alguém que ama, esperar, se doar, sofrer também. Porque o amor é isso, o amor é estar com quem gosta se importando com com esse alguém. Mas seria incrível se isso não fosse impossível. Estar com a pessoa e ser feliz, mas ter a certeza que a felicidade também estará presente, mesmo com a ausência dessa pessoa. Saber esperar, mas viver enquanto isso. Viver, e não sobreviver. Ser inteiro, entender que um ser humano já nasce com tudo para estar completo, que seus relacionamentos apenas o aperfeiçoam em determinados momentos da vida. Sorrir vendo outros sorrisos, e não apenas da pessoa amada. Mas nada disso é o que chamamos de amor.
Sempre fiz tudo isso. Dizem por ai que não amo ninguém, mas é só amor que respiro.


É impressionante como
eu não gosto de ninguém mas,
de vez em quando, escapa um momento,
um gesto, uma pessoa perdida e linda e única.
Tati bernadi

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Algo está sempre por acontecer. O imprevisto me fascina.

Clarice Lispector 

Às vezes, a última coisa que você quer chega primeiro
Às vezes, o que você mais quer nunca chega
E eu sei, esperar é a única coisa que você pode fazer
Às vezes...
[Aqualung]


Sempre achei mágica a arte de 'esperar'. E mágicos os que tinham paciência.
Eu nunca tive.
Gostava de me surpreender, de ter o que eu não estava esperando, o que era bem fácil, partindo do ponto de vista que eu nunca esperei nada. A verdade é que sempre levei a serio aquela historia de quem não se iludi, tão pouco não se decepciona.
Já tentei algumas coisas, já tentei ser como todos, já fiz teatrinhos na minha cabeça, diálogos feitos, já ensaiei o que faria, o que falaria, e até como me sentiria.
Patético.
Mas é que as vezes, não esperar nada chegava a ser impossível, quando se sabe que algo vai acontecer, fica fora de questão deixar de pensar como será. E é justamente o que pensamos, que nunca é. Aquilo me frustrava.
Ficará tão empolgada com o que eu tinha imaginado que seria, que quando acontecia, por mais perfeito que fosse, aos meus olhos era decepcionante.
Desisti.
Gostava de levar a vida na espera. Mas espera de surpresas.
Não imaginava nada, não fazia nada, a vida se baseava na arte do improviso.
E agora, as coisas são mais fáceis. Quando algo acontece, eu acredito que é porque teria que ser assim, a partir disso, minhas atitudes que levariam esse algo ao patamar que eu queria. Minhas atitudes, e não minhas imaginações, ilusões, chame do que quiser.
Ah, mas o lado bom é outro. O melhor lado, eu ainda não disse.
Quando não se espera, quando tudo na sua vida te surpreende, quando você tem controle de tudo, as coisas são praticamente feita ao seu modo.
E você sempre sabe, que não teria maneira de ter sido melhor, apenas diferente.
E na próxima vez, independente do que venha, você sabe que poderá fazer diferente.
Fazer a sua diferença.
Assim, no improviso.

"O que não é planejado emociona bem mais do que confirmar expectativas."

Perturbar assim o canto dos meus lábios

Eu que tinha trancado tudo aqui dentro dessa cavidade onde deveria haver um coração... que nem chorava mais por isso, e que abrigava uma tristeza que parecia nunca ter fim. Eu que não sorria mais pra nada, nem pra ninguém, tive uma raiva danada, porque é bobo o jeito com que você consegue "perturbar assim o canto dos meus lábios". 
-And as your body moves with mine it's like I'm lifted out of time...





<3 <3 <3

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Um dia você me conta?

 A graça que você vê nessas coisas vazias que você chama de liberdade. Nos churrascos, nas cervejas, nas meninas baixas que você fica por aí, que não sabem nem o valor delas, quem dirá o teu. Me conta a sensação de antes de dormir, nada disso tudo que te faz tão feliz, restar pra te fazer carinho, se preocupar com você, perguntar do seu dia. Queria saber o que te sobra depois, no meio dessa merda toda que você faz tanta questão. Hoje te sobra eu, não é? Sobro eu aqui, sempre relevando, entendendo, esperando, atrasando meu tempo em função do teu. Sobro eu me preocupando, sempre disponível, morrendo de saudade. Sobra meu colo, sempre que você precisar ou se cansar das tuas diversões baratas. Só que, dessa vez, quem tá cansada sou eu. E, de verdade, não sei até quando vou conseguir continuar esperando uma ligação, você vir pra ficar. Não falta muito pra você voltar e não me encontrar sentada. E isso me dói, porque eu esperei por muito tempo um começo de verdade e tô começando a pensar num fim pro que nunca começou. Me dói porque você me faz feliz e eu já abri mão de tanta coisa por você, e você continua acomodado na sua zona de conforto, sem se importar se essa posição me dói. Então queria te dizer, mesmo sem você ter perguntado, que me dói e dói demais. E se você gosta mesmo de mim, se o teu sentimento for maior que o teu egoísmo, me tira daqui, deixa eu deitar em você a hora que eu quiser. Meu e de mais ninguém. Se você prefere continuar brincando de dono do mundo, que você seja feliz. Porque eu valho muito pra ser opção de fim de tarde e quando eu encontrar uma posição mais confortável, talvez seja tarde demais pra outra ligação. Deixa recado na caixa postal. ;)

- Desconheço a autoria.

domingo, 29 de junho de 2014

Amadurecer talvez seja descobrir...

que sofrer algumas perdas é inevitável, mas que não precisamos nos agarrar a dor para justificar nossa existência.  [Martha Medeiros]


Deitei na cama pela quinta vez em menos de dez minutos e tentei entender onde tudo aquilo daria. Até onde eu testaria minha força e minha independência emocional. Até quando eu poderia suportar a agonia de estar bem, mesmo que a coisa que eu mais queria não estivesse. Tem tanta coisa acontecendo, tanta coisa que foge do meu controle, tanta coisa indo e vindo, tanta pouca coisa ficando. Mas esta tudo tão errado. Dentro da minha casa, da minha cabeça, do meu caderno... Dentro do meu peito. E lá fora, no mundo... Tudo tão chato, tão injusto, tão fraco, e tão, mas tão pouco. Tem tudo para dar certo, mas parece que a vida insisti em ser apenas professora, em apenas nos dar algo para aprendizado. Tenho vontade de gritar da janela do carro que eu já aprendi tudo sobre isso, que eu posso muito bem continuar aprendendo possuindo alguma coisa. Tudo fora do lugar, tudo conectado, mas nada encaixado de verdade. Sou obrigada a aceitar que as coisas quando são para ser será, no tempo certo. To cansada também do tempo certo, quero meu tempo. Quero fazer o agora, e não o depois. O depois, deixa pra depois. Lá na frente não vou estar sentindo isso, e vou estar querendo outra coisa, que a senhora vida vai esfregar na minha cara, que só depois. E vai virar um circulo sem fim, e vou morrer antes de ter o meu agora. Antes de ter você deitado na sua cama pedindo que eu deite com você.  E as coisas continuam assim, indo para um lugar que ninguém sabe onde é, mas que ninguém quer que vá. A gente quer mesmo que seja do nosso jeito, pelo menos em algum momento da vida. Porque acordar cedo esperando que seja um bom dia é fácil, fazer ser um bom dia é mais ainda. A dificuldade esta nos imprevisto, que insistem em ser mais espertos que a gente. Não importa o quanto queremos algo, o quanto fazemos por ele, o quando lutamos, tem coisa que não é pra ser agora... Ai a gente respira e espera o depois. Que no meu caso, tenho certeza que já vai estar tudo mudado o que quero fazer, e o quero para o agora. E depois, vem outro depois.


Eu queria não acordar e lembrar que ainda preciso conquistar você, porque você brinca de ser meu, mas mora do outro lado mundo. E eu não sou atleta e nem forte para correr tanto e tão longe, por isso gostaria de destruir tudo o que é seu do meu mapa. Eu tenho muita preguiça do seu olhar de “já sei o que é sofrer, agora posso viver sem medo porque descobri que eu não morro”. Eu já sofri por aí, mas ainda morro muito, todo dia eu velo meus restos e conto uma piada para ninguém perceber.
                                                                                                                                                                                       [Tati Bernardi]

Eu sabia que precisava escrever, não importava bem o que ou como, mas era daqules dias em que se a gente não explode em palavras, acabamos explodindo por dentro e matando tudo pelo caminho. E dessa vez eu queria matar alguém, queria achar um sentido no meu assassinato que não fosse a cura da minha dor. Sorri ao escrever algo assim, não me recordo a ultima vez que falei de dor, tão pouco que a chamei de minha. Não me culpo, tão pouco sinto pena de todos esses pedacinhos que estão no chão do meu quarto, esperando que minha preguiça de junta-los vá embora, e eu deixe o chão brilhando como de costume. A gente acha que pode controlar todos os sentimentos do mundo, porque fizemos isso uma ou duas vezes. A gente se acostuma ser forte todos os dias, sem lembrar que a fraqueza não é ausencia da força, mas o desafio dela. Não se é forte, sem saber como é dormir com as pernas agarradas e acordar com o rosto molhado. Só se aprender a viver quem ja passou pela dor de sentir uma dor que se achou impossivel de passar. Eu só escrevi, para lembrar de tudo isso, e achar que toda essa vontade de quebrar meu espelho tem algum sentido lá na frente. Mas isso só entendi no fim do texto. Alias isso também é horrivel, só aprendemos no final. 

sábado, 21 de junho de 2014

E-mail

Pleno sábado de manhã resolvo abrir meu e-mail e me deparo com o seguinte texto: 

"Eu teria te esperado, a vida inteira se fosse preciso. Teria esperado sua confusão passar, seus outros amores, seu amor por mim chegar. Esperaria tudo que fosse necessário, todo o tempo, se eu soubesse que era essa a sua vontade. Se eu soubesse que mesmo voando para outros horizontes, mesmo confuso e desnorteado, era pra mim que você voltaria, tendo a certeza que só do meu lado seria feliz. Mas você resolveu ir embora aos poucos sem deixar esperanças de voltar um dia. Você se foi sem olhar para trás, sem deixar rastros de esperança, sem tentar enxergar aquele que sempre quis estar contigo a todo tempo e em qualquer situação da sua vida. E o que me restou foi apenas ficar acenando, olhando o aumentar da distância. Você foi e eu fiquei. Fiquei sem saber o que fazer da saudade, da angustia, do vazio que sentia no peito, das lembranças, dos nossos encontros. Dos nossos sonhos planejados e que não mais seriam realizados. Sem saber o que fazer de mim sem ti, já que levou uma parte de mim sem ao menos me devolver. O tempo passou e entendi que só posso esperar por quem espera por mim. E assim resolvi seguir adiante, sair daquela história onde morei por algum tempo. afinal, algumas vezes a necessidade de partir é maior que a vontade de permanecer. Olhei para trás, derramei algumas lágrimas que doíam a fundo no meu coração, lágrimas que feriam a minha alma, mas respirei fundo e resolvi seguir adiante e é isso que importa. E de tudo ficou uma lição perfeita de vida: uma vida inteira é muito tempo para esperar por quem decidiu partir sem olhar pra trás e sem ao menos dizer Adeus."

domingo, 25 de maio de 2014


Querida morte ,

Fico grato por levar aqueles que sofrem , grato por levar aqueles que não merecem viver , grato por dar um fim a vida daqueles que querem morrer . Lhe peço com o devido e já anteriormente imposto respeito , que me leve , me leve agora , sem conversas, sem explicações , sem maiores raciocínios e labuta . Anseio estar em teu colo, descansar em teio seio , desfrutar de tua companhia . Converso com a dona vida a alguns anos, e infelizmente não entramos em um acordo . O preço que Dona vida me cobra para usufruir de seus dominios são caros e de algum modo inacessíveis para a minha pessoa . Tentei negociar com os melhores argumentos possíveis , tentei dar tudo o que tinha e o que nao tinha para poder caminhar lado a lado com Dona vida , mas voce a conhece , ela é cruel e injusta . Voce querida morte , você não . Voce é justa a sua maneira , mesmo que muitos não concordem com a forma com que efetua seu trabalho, ele é sempre efetuado com exito . Mais vale aproveitar o sono da morte do que o caro contraro de vida.


Obrigado desde já!

Iceman

terça-feira, 20 de maio de 2014

A minha única salvação é a alegria...

Uma alegria atonal dentro do it essencial (...)
[Clarice Lispector]


Deveria estar escrevendo novamente sobre amor, ou sobre sorrisos e a facilidade que se pode te-los. Mas ando tão cheia de mim, que isso precisava de alguma forma sair. Já disse há algum tempo que ando calada, esperando que meu silencio fale por mim... E para mim. Desejo que eu seja capaz de me ouvir como sou capaz de ouvir as outras pessoas. Não ando obtendo sucesso. Esta tudo tão diferente tão estranho, que este talvez seja o meu post mais confuso, e provavelmente o mais sincero. Na minha vida tudo sempre é assim, o meu amor mais sincero também é o mais confuso, não dos amores que tive em minha vida, mas provavelmente de todos que se conhecem. Meu egocentrismo as vezes me abala, como agora. Cresci ouvindo meus pais dizerem que mudei. Sim, isso porque mudo o tempo todosempre continuando sendo a mesma. As caracteristicas que fazem o mundo me conhecer continuam as mesmas, a animação de sempre, o sorriso escandaloso de segunda-feira de manha, a facilidade de ouvir e entender, o defeito de falar demais e não levar quase nada a serio, a teimosia de não ouvir conselhos e seguir o que meu coração manda, a mania de criar manias novas, a intensidades das relações, a facilidade de acaba-las. Mas sempre mudo. E agora não sei quem sou. E isso soa dramático ou triste, entretanto me encontro em uma das melhores fases da minha vida. Porque posso ser quem eu quero a cada momento. Criei uma independência tão forte, que as vezes me assusta.Sempre fui de estar do lado, de ir atrás, de querer cuidar e estar disponível, agora vejo as pessoas se afastarem e não me movo um milímetro para muar isso. E a falta de medo de perde-las, sempre as fazem voltar. Se eu soubesse que seria assim o tempo todo, talvez não teria a sorte de ter tantas pessoas a minha volta. Mas isso não muda muito minha estranha sensação de tomar estranhas atitudes que fazem de mim uma estranha para mim mesma. Na verdade a falta de atitudes que acaba me distraindo do foco de tentar obter a resposta da minha personalidade, vida, ou até mesmo emoção. Mas não me importo. Não me importo em não conseguir mais pensar. Antes qualquer vão de tédio eu fechava os olhos e imaginava tudo que queria, e vivia tudo que imaginava, e sentia tudo que vivia.Agora se fecho só olhos eu adormeço. E esse vão de tédios já não existem mais. Sorte do meu amor, a quem eu dizia que o amaria até o tédio. Mas ando feliz, e satisfeita, é algo que não da para explicar, porque sempre fui assim. Ao menos todos me viram assim. Costumo dizer que a felicidade não deve depender de objetos nem de pessoas, mas de sentimentos, de como andam as coisas dentro de cada um, contudo a minha felicidade sempre foi o resultado das peças do quebra-cabeça da minha vida. E a cada dia formo uma figura nova, as vezes perco algumas peças, outras troco com pessoas, as vezes eu mesma descarto, porem sempre ganho novas, e minha criatividade de criar diferente formas com todas elas é um dom e tanto. Tenho a impressão que fugi do contexto do meu desabafo sem sentido, mas não posso nem me surpreender, isso alem de ser umacaracteristica de todos meus texto é também da minha vida. Tomo alguma atitude com um principio, termino com outro. Crise de personalidade? Nunca me disseram isso. Também nunca me encaixei nesse perfil. Alias não me encaixo em perfil nenhum.


"A vida não é um questionário de Proust. Você não precisa ter que responder ao mundo quais são suas qualidades, sua cor preferida, seu prato favorito, que bicho seria. Que mania de se autoconhecer. Chega de se autoconhecer. Você é o que é, um imperfeito bem-intencionado e que muda de opinião sem a menor culpa."

quinta-feira, 1 de maio de 2014

É preciso saber perder-se quando queremos aprender algo das coisas que nós próprios não somos.

Pudera eu, hoje, entender o quão era bom um chocolate quente. Mas agora até isso me deixa meio paranoica, quem dirá aliviar alguma dor.
A realidade é que nunca parei para pensar no que significava aquela caneca, e aquele beijo no joelho machucado, e percebi que isso era a razão de tudo, não pensar. Não se pensava em nada, só vivia.
Crianças vivem, não existem. Se apaixonam por tudo e por todos. Pela folha, pelo cachorrinho, pelo lacinho novo ou pela boneca da vizinha.
Eu nunca brinquei de bonecas, mas amavas os passarinhos. Eles cantavam para mim quando eu era mais nova, ou era nisso que eu acreditava.
Não me lembro da ultima vez que ouvi um passarinho cantar.
Acho que eles me esqueceram. Talvez eu tenha esquecido eles.
Não me lembro também da ultima vez que beijaram um machucado que fiz, muito embora eles estão longe demais dos outros, em uma parte que só eu consigo chegar. Isso me faz recordar que não esfolo o joelhos a muito tempo.
o que me leva a perceber que as coisas que me faziam viver naquela época, um tanto quanto recente, hoje não estão presentes. Hoje, meus joelho só tem as cicatrizes antigas, e meu choro, quando vem, não são por elas.
São pelas recentes.
Elas não estão no joelhos.
Mas me contento em saber que não sangro tão fácil, mas tenho feridas profundas que quase não lembro que existem, iguais as do joelhos, joguei purpurinas nelas, e continuo achando tudo muito bonito, até mesmo as cicatrizes.

sábado, 26 de abril de 2014


Quando a vida me pregou uma peça fui logo tratando de me trancafiar numa torrezinha de emoções. Eu, que antes abria o peito e espalhava amor ao vento, resolvi emudecer alguns pedaços de mim e deixar a vida ir passando.
Mas não deixei de vivê-la. Simplesmente, silenciei para não cair de novo no mesmo buraco. As demonstrações que antes eram corriqueiras passaram a ser evento especial com direito a 'coletiva de imprensa'.
Passei da fase de morrer de amores pelo mundo, e comecei a amar mais o que eu tenho por perto, o que tenho em mim. Não me tornei amargurada, longe disso minha gente!
Só decidi que amor demais enjoa, de menos estraga e na medida traz frutos.
Resolvi cultivar o sentimento no jardim do peito, e assim que as flores se mostram fortes o suficiente entrego ao devido destinatário.
Vou cultivando, regando, trabalhando em cima do que recebo e quando vejo que o solo é firme, é fértil e não dará 'pragas' dou todo o amor em flor pra quem merece.
A vida e as pessoas vão nos mostrando as imperfeições minuciosas e tão mais fracos parecemos ao levar as topadas, tão mais fortes ficamos. Tudo no seu tempo, fica mais sábio, mais impactante ou não e ser mais seletiva hoje me tornou uma pessoa mais dona dos meus atos, sem esperar muito do outro sigo trançando versos sem emendar muito com futrica, com picuinhas que sempre nos desalinham. O segredo do voo é saber libertar as coisas ao seu tempo, sem medo, sem suspense, apenas deixar livre...
Afinal, tudo que permanece, que corre atrás, que procura, que usa de bons modos e mimos é duradouro, posso até dizer que é eterno, é uma lembrança do ontem que hoje ficará ainda mais florido, mais regado e de fato, regar sempre na medida certa, deixa o sol passar, a fresca chegar e então vá e regue o coração do outro. Com sol quente, tende murchar, absorver muito rápido o sumo do carinho, mas com o ventinho do crepúsculo só vai fazer ninhar brotinhos e esparramar verde, que cintila, que unifica, que arboriza, criando uma espécie de eternidade e isso é estar mais perto de Deus, essa coisa chamada amor ao próximo, mas sempre na medida pra não adoçar demais e virar melado; se enjoar, a gente vai deixando de lado e procurando aventuras e essas são efêmeras e temos que criar raízes vez ou outra pra dar chance de conhecimento e fazer caber mais sentimentos dentro dos nossos abraços.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Atenção: Essa vida contém cenas explícitas de tédio...

...Nos intervalos da emoção.
Alice Ruiz

- Você está feliz?
- Por que?
- Curiosidade. Mas, responde, você está feliz?
- Estou feliz, estou muito feliz.Por que não estaria?
- Você não é feliz - Não era uma pergunta.
- Por que você está dizendo isso? Não sou uma das pessoas mais alegres que você conhece?
- Você sorri sempre. Sempre tem palavras doces para todos. Sempre tem uma canção na ponta da língua.
- Então, sou contente...
- Verdade. Ri de tudo. Mas, quando não acha que esta sendo observada fica pensativa.
- Eu penso demais. Isso não significa nada. Eu sou feliz e ponto. Que coisa. Tenho um buquê de sorrisos.
- É até pode ser. Mas são seus olhos.
- O que tem eles?
- Seus olhos. Eles não brilham mais.


[Silêncio - meu e dele]

Meu silêncio é o grito mais alto que alguém já deu.



Nunca consigo começar um texto com a mesma facilidade que o termino.
Esse em especial me fez pensar muito, e achei uma boa maneira de iniciar dizendo como foi difícil fazer isso. Provavelmente porque isto é um conjunto de palavras que venho acumulando em mim nos últimos tempos. Palavras que pedem para explodirem, e explosões não são previsíveis.
As minhas ao menos não.
Usarei de fato a metalinguagem para dizer algo que já esta dito dentro de mim, embora ande me ignorando, calada.
Nunca me viram calada, alias, acho engraçado o modo como dizem que nunca me calo. E tem razão. Por hora, o silencio de que falo é interno, ando calada comigo mesma, quase não me ouço. Não me questiono, não indago. Eu mal penso. Porque pensar traz duvidas, e estas trazem perguntas, e ando calada.
Toda pergunta precisa de respostas, mas respostas não acompanham silêncios.
Sinto necessecidade desde já de um um final, o que me torna tola. Acontece que não sei como terminará, assim como desconheço essa vontade de esboçar logo um fim. Desconheço por não me pertencer, por fazer parte do inotavel dentro de mim.
Desculpe-me pela minha ignorância sobre gritos abafados pelo meu peito, mas inevitavelmente são eles que me fazem escrever tais palavras soltas, para que meu vocabulário vago se gaste e dessa forma faça com que eu esvazie essa multidão insana que tenta fugir de mim.
Não creio que faça algum sentido o que escrevi, nem sou tomada pela vontade alguma de entender. Trago comigo essa duvida, para que possa impulsionar outras no meu ser. Eu disse que desconhecia o fim, e digo agora que este não existe.
As coisas na vida são ciclos, elas não morrem verdadeiramente, não enquanto algo que estiver vivo lembrar-se delas.
Posso até ouvir meu silencio, nesse momento.



"E a menina, enfim, chegou à uma conclusão:
Falta alguma coisa. Alguma coisa que ainda falta descobrir.
Em todo coração há abismos preenchidos por ventos gelados,
há cavernas escuras e cheias de morcegos.
Mas em todo coração há luz.
Basta saber qual é a lâmpada correta a acender."

domingo, 6 de abril de 2014

AMOR PRA VIDA INTEIRA

Fogo. Sou direta. Franca. E exijo o mesmo das pessoas. Não gosto de meias-palavras ou meias-verdades. Nunca passo o reveillon de branco. Sou do avesso. Talvez eu seja, sim, o oposto daquilo que você espera de mim. Sou hiperativa ao extremo. Gosto de todos os bichos. Não gosto de muitas pessoas. Minha vida é desalinhada.

Talvez meu jeito estúpido de amar as pessoas ao meu redor não seja suficiente. Talvez eu precise começar do zero e aprender a amar. Aprender a viver como se diz no manual. Minha família nunca me ouviu de verdade. Por isso, sou temperamental. Aprendi com as aves. Não gosto de ser incomodada sob o risco de eu te dar uma bicada e arrancar seu dedo fora. Gosto da liberdade, mas adoro companhia. Adoro minhas pernas encostando nas suas na hora de dormir.

Admiro as araras azuis. Aprendi no Discovery Channel que elas passam a vida inteira com o mesmo companheiro. São livres. Ninguém, nem nenhuma lei, obriga ninguém a ficar junto por mais tempo do que o amor consegue fazê-lo. Eu acredito nisso. No amor livre. No amor enquanto houver amor. No respeito, na cumplicidade, na transparência.

Por não saber o que quero da vida, vivo fazendo o que não quero. Por não saber amar, vivo levando na cara. Por amar demais, vivo sonhando. Por não acreditar nos sonhos, vivo me ferrando. Por me ferrar sempre, vivo me fechando. E por me fechar demais, vivo sem amor. Vivo com poucos amigos, poucas cifras e poucos CDs. Vivo sem sorte no jogo e apostando no amor.

Não quero amor de fim de noite. Não quero amor de uma noite só. Não tenho mais idade - nem saco - pra micareta. Não sei mais paquerar ou fazer joguinho de “não te quero só pra você me querer”. Não preciso que me queiram pra massagear meu ego. Tenho foco. Sou mulher de um homem só. Não preciso de conversinha com ex-rolos no Messenger porque sei bem o que eu quero. Não preciso de homem pra massagear meu ego. Não preciso testar meu poder de sedução mantendo possíveis casos amorosos na internet. Não preciso de ninguém pra me dizer o quanto sou linda, gostosa e inteligente. Pra isso, tenho espelho, academia, papel e caneta. Não preciso usar meu corpo ou muito menos minhas palavras pra conquistar alguém. Pra isso, tenho sentimentos que falam por mim.

Acredito no amor, apesar de o amor não acreditar em mim. Valorizo as pequenas coisas, como o chocolate no fim da tarde e o jantar no meio da semana. Valorizo a boa intenção. A boa fé. Acredito nas palavras do coração pra fora. E nos sentimentos do coração pra dentro. Acredito em tudo que vem de dentro da alma. Acredito no agora e desconfio – muito – do futuro. Desejo o bem pra quase todas as pessoas que conheço. Acredito no desejo. Acredito na vontade que faz acontecer. Acredito que tudo que queremos de verdade acontece. Não acredito em signos, cartas e tarô. Respeito todas as crenças. Acredito no amor que dura uma vida inteira. Desconfio do amor que dura uma noite. E respeito todas as formas de amar.

quinta-feira, 27 de março de 2014

E de repente a vida te vira do avesso…

                                                        ...E você descobre que o avesso é o seu lado certo.


Agora tem todo esse medo de pirar, porque,
honestamente, sinto muito, mas não sinto porra nenhuma.
Fico numa angústia, naquelas de estar down
e pensar que nunca vou amar ninguém e puta que pariu.
[Jaya Magalhães]


Quando você passa muito tempo vendo cada individuo a sua volta sofrer por algo que o mundo julga ser a coisa mais linda da vida, nasce em você aquele receio de que se entregar para valer, é apenas se juntar a todas elas. Nunca me juntei. Confesso meu interesse por esse assunto ser maior do que os dos outros, e muitas vezes julguei amar alguém, por ser fascinada pelo que eu sentia ou até mesmo pelo causador disso tudo. A realidade é que em todas essa ocasiões eu saio por ai amando o meu amor e não a pessoa. A prova disso é que quando o alguém ia embora eu deixava e ficava toda feliz por poder sentir essa coisa gostosa que me fazia ter inspiração para escrever, ou sair por ai dizendo que eu sabia algo sobre esse negócio de amar. Isso explica o motivo da minha ausência nessas caixas em brancos, que antes possuíam algum encanto para mim, e para o esvaziar de toda essa lotação de vazios. Convenhamos que meu otimismo se estabeleceu em cada palavra que aqui escrevi, da mesma forma que minha paixão por ele. Mas hoje, confesso minha escassa vontade correr atrás de mim mesma para sentir aquela borboletas no meu interior. Agora há apenas lagartas passeando, e eu ando muito ocupada para alimenta-las.


Hoje de manhã eu acordei e fiquei olhando para tudo catatônica, um misto de susto com deslumbramento. Me dei conta de que essa é a pior e a melhor fase da minha vida. Eu nunca andei tão triste e nem tão feliz. Foi difícil enterrar tantos mortos e tantas rotinas, mas está sendo muito fácil viver dentro de mim.
[Tati Bernardi]

terça-feira, 25 de março de 2014

Coisas aleatórias

Aprendi que prefiro vinho a agua, mas que não posso beber mais que duas taças. Chuva é bom para o sono, mas é péssimo quando há livros que precisam ser lidos. Se você quer odiar uma música, é só coloca-la como despertador. Sempre quis pintar meu cabelo de vermelho, minha mãe salvou minha vida não me oferecendo refrigerante quando criança. Escrever diários foi uma das melhores coisas que fiz, tenho desde 2009. Pessoas calmas me irritam. Acordo sempre de bom humor, mas é muito raro eu ir dormir com ele. Não há bom humor quando sou acordada, odeio atender telefone. Ainda não posso ver um balanço sem deseja-lo. Não atendo a campainha quando fico sozinha em casa. Só vejo filme de terror quando estou muito triste, mesmo passando metade deles com os olhos tampados. Ler pensamentos sempre será um dos meus maiores desejos. Morro de medo de alguém ler os meus. Acredito em tudo que me dizem. Machado de Assis deveria ter se casado comigo. Tenho preguiça de dormir fora de casa. Grampeei o dedo quando criança para ver se doía. É, doeu. Bebo agua o dia todo, mas só quando lembro.  Sou viciada em datas, e me encanto com pessoas que as lembram. J.K Rowling é meu gênio. Constatei que mentalmente eu devo ter uns 65 anos, e a maior parte do tempo uns 9. Sorvete no frio é mais gostoso. Só um dos meus melhores amigos sabe de todas minhas manias. Receber desculpas me deixa doce. Ainda prefiro amigos homens, ainda tenho medo de pessoas e de sonhos. Meu cinismo irrita minha mãe. Gosto de felinos, mas odeio gato. Já disse que o Machado de Assis deveria ter se casado comigo? Joguei purpurinas nas minhas cicatrizes, e continuo achando tudo muito bonito. Academia me descansa. Chorar e se olhar no espelho me faz me sentir menos sozinha, sorrir para alguém nos faz ganhar outro sorriso. Sempre quis ter um tigre de estimação depois que li um livro que um menino o tinha.  Adoro escuro, ou lugares que tenham pouca luz. Corujas me encantam. Ainda terei uma de estimação. Queria ter vivido no tempo do filme “Orgulho e Preconceito”. Tenho uma tatuagem de pássaros. Odeio fazer trabalho em grupo, as diferenças ficam muito evidentes e causam conflitos que balançam amizade. Amo domingos porque são calados e de segunda feira por ser começo. Já foi provado que não tenho tpm, mas adoro por a culpa nela quando choro. Quando uma história fica muito tempo na nossa cabeça, ela esta pedindo para ser escrita. Não tem coisa melhor que escutar música clássica para dormir. Não sou fofa como pensam e não teria metade dos meus colegas se eles soubessem o que penso deles. Baixar músicas de artistas que não conheço é uma das surpresas mais gostosas, ou uma das maiores decepções. Sempre quis saber cantar, ou ser atriz. Não gosto de conversar de manha. Tenho vergonha de falar em publico, mas quando começo não paro. Ver lua cheia me da vontade chorar . Vento é uma das minhas maiores paixões, se não for a maior. Como doces com coisa salgada o tempo todo e ninguém entende. Pessoa que imitam minhas risadas nunca repararam que eu tenho mais de uma. Ainda me sinto incompleta, e vou sempre me sentir, enquanto ela morar lá, e eu aqui. Minha melhor amiga é única que não me olha me achando louca quando falo das minhas ideias, talvez por ser a única que as cometeria também. Escrevo desde criança, sem motivo algum. Não lido bem com perdas. Não tenho memória, mas me lembro de tudo que me fez gargalhar com a mão na barriga. Corro atrás de borboletas. Odeio realidade, sou viciada em seriados. Sempre quis um amor para vida toda. Assistir filme ainda me acalma mais do que um abraço, mas não gosto de finais felizes. Gosto de pessoas que me fazem melhorar de alguma forma. Tenho crise de choro quando fico com raiva, e crise de risos quando estou muito triste. Tenho paixão por gente que acha sentido nas coisas que não tem. Já me apaixonei por dois professores. Tati Bernardi consegue me tirar do sério, e me trazer pra ele. Tenho pavor de beliscão. Quero ter muito dinheiro para viajar sem data de volta. Amo praia deserta, mas não gosto de areia nem da água do mar. O mundo é redondo, tudo que parte em direções opostas acabam se reencontrando algum dia.

sábado, 15 de março de 2014

Procuro desesperadamente por mim...

                                                        ...E não vou parar até que eu me encontre.


Ando meio perdida.
E me perco ainda mais só de pensar nisso.
Posso sentir todas minhas decisões tomadas,
posso ver que não há um misero sinal de duvida nelas,
em nenhuma, mas ainda estou perdida.
E continuo me perdendo todos os dias.
Cada vez mais.
Não é triste, nem algo que me desespere.
Só não me encontro mais nas coisas que costumavam levar meu nome.
Não me satisfaço mais com as coisas de sempre,
não me acostumo com as pessoas de sempre.
Preocupante. Mas ando tão perdida, que perdi também
algumas caracteristicas, e com elas, boa parte da minha preocupação.
Ando perdida, mas talvez a verdade nem seja essa,
só não consigo encaixar nada de mim em nada do mundo.
Porque agora, eu procuro apenas me encaixar em mim mesma.
Opiniões, conselhos, comandos, mandatos, nada disso me interessa.
Posso refazer meus planos e metas e alcançar a todos,
e ainda me sentir perdida.
Entretanto posso me procurar todos os dias
e me achar em cada nova situação, pessoa, musica, sorriso.
Acho que essa constante procura me faz nunca esquecer de mim,
e estar preparada para sempre me reencontrar.
É, ando perdida.
Mas quase posso me sentir agora.




'A maturidade me permitiu olhar com menos ilusões,
aceitar com menos sofrimento,
entender com mais tranquilidade
e querer com mais doçura.'
[Lya Luft]

quarta-feira, 12 de março de 2014

Adoro chuva. Poupa lágrimas.

Um sofrimento é sempre uma advertência, pior para quem não sabe compreendê-la. Quando a natureza puxa a corda, é porque caminhamos ao contrário; quando ela nos castiga, é que o perigo está perto.
Aí, então, de quem não reflete!
[Eliphas Levi]


Não sei mais expor-me em palavras. Tão pouco sei expor o que sinto. E talvez, esses sejam os tempos em que sou mais invadida por sensações que antes não possuíam nome para mim. E estes, puderam crescer junto a todos aqueles que já possuíam algum significado... Porque o amor é sofrível, escondo isso em todas minhas palavras soltas, meu embalos, meus sorrisos estampados que surgem vez ou outra. Mas não sou capaz de esconder de tudo, não sou capaz porque não me permito ser. Dou-me um momento, aqui e ali, para sentir a dor. Para sufocar com todas as lágrimas que um dia prometi não tocarem mais ao chão. Sempre cumpro minhas promessas, o que me faz lembrar que deveria prometer outras coisas. Coisas que nunca cumprirei, e assim perderia minha palavras. Faço isso agora. Deixo escapar o pouco de pessimismo e dor por entre essas linhas que não deixam significado algum, rastro algum, e que ninguém pode supor o que seja. Talvez nem exista, provavelmente não exista mesmo. Mas preciso disso, para marcar minha vida, para senti-la, para ouvir meu coração e saber que ele bate por alguém, e quando esse alguém pira, meu coração segue o movimento. Preciso acreditar que é verdadeiro, e para que seja, necessito ter momentos de loucuras que são capazes de me fazerem desejar o sumiço, momentos de desespero que me fazem lutar contra mim, e contra esse sentimento que não é um complemento apenas, tornou se parte de tudo que leva meu nome. Mas gosto de me enganar, gosto também de você, e de todos os outros que amou. Isso me faz aproximar todo mundo e esquecer de mim. A mania idiota da garota boba que acha que pode viver sozinha. Então viva, faça de toda dor que se acumulou ao longo dos meses um sorriso bobo e esse ser seu único espaço para guardar toda ela. Porque nos próximos, falará de como é bom sorrir e ver crescimento em tudo. Então fale. Porque é isso que fará a diferença lá na frente, mesmo que você não veja agora. Saber que a dor existe sim, só um tolo a negaria, mas que pode ser disfarçada e salva por todas as belezas de sua vida. Beleza essas que não incluem ele, nem nada que o lembre. E a vida é bela, sempre foi.


"Das minhas certezas, sou contraditória,
dos meus erros, sou verdade, das minhas doçuras,
sou vaidade, dos meus medos sou metade."
[Ju Fuzetto]

Um erro, um tropeço, um final de semana que não deveria ter tido fim e que acabou cedo demais.

Eu escrevi um texto imenso, fechei o Word e arrastei pra lixeira. E fico pensando que bem que poderia ser tão simples apagar sentimentos. Tão fácil quanto bloquear no Twitter, remover do Facebook, poderia ser apagar do coração, deletar da memória. Eu tinha tantas coisas pra dizer. Sobre o amanhã que nunca vai chegar, sobre o que eu sinto e mal sei o que é, sobre como eu te queria aqui agora, deitado na minha cama, mexendo na minha geladeira, debochando do meu ciúme sem fundamento. E apesar de tudo, eu aprendi. Aprendi que só vai ser bonito se eu deixar. Que só vai durar, se eu não continuar dando um jeito de pôr um fim antes de começar. Que não adianta desejar um ‘felizes para sempre’ se eu nem consigo ser feliz por um dia. E que o ‘tarde demais’ não demora a chegar, quando a gente só consegue enxergar o lado feio das coisas... O pior de tudo é saber que não tem conserto. Que não tem volta, que todas as possibilidades de ‘ser bonito’ foram esgotadas. O que dói é saber que não vai doer pra sempre. Que vai virar lembrança de um dia qualquer, do que não deu certo.Um erro, um tropeço, um final de semana que não deveria ter tido fim e que acabou cedo demais. Ficou vontade. De esquecer, de viver tudo de novo, de fazer valer a pena, de voltar no tempo e dizer não. Ficou saudade. Do colo, das piadas na hora errada, do carinho no teu rosto, da tua inquietação durante o sono, do teu sorriso com os olhos, dos dias que valeram por mil. Cheguei em casa, desfiz as malas, engavetei as lembranças, guardei os momentos bonitos em um canto qualquer. E finalmente me convenci de que vai passar. E saber disso é que dói.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Demorei pra parar de inventar desculpas pra ausência do outro e começar a me pedir desculpas por me permitir viver com tão pouco !

A verdade é que se alguém gosta de verdade de você, esse alguém só vai arrumar desculpas pra ficar junto, nunca o contrário. Se ele ama mesmo você, ele vai achar graça dos seus defeitos, vai entender suas manias e achar um charme seu temperamento difícil.Porque amar é isso, é se virar do avesso pelo outro, não querer virar o outro do avesso. Demorei pra aprender o valor do amor, e perceber quem gosta mesmo de mim. Demorei pra parar de inventar desculpas pra ausência do outro e começar a me pedir desculpas por me permitir viver com tão pouco. Mas entendi a tempo de parar de gastar meu coração e meus sonhos com quem tampouco merece meu bom dia. Agora eu guardo minha preocupação, meus esforços e meu carinho. Agora eu não remo mais sozinha, muito menos fico em barco parado. Eu pulo em alto mar. Em barco furado ? Eu nem entro. A gente aprende né ? Mais cedo ou mais tarde, aprende. A gente supervaloriza tanto certas pessoas, mas só até a gente entender nosso supervalor. Só se contenta com qualquer companhia, quem não sabe lidar com a própria. Agora são só duas opções: Me faz muito mais feliz ou me deixa em paz. Porque feliz eu já sou, e me roubarem a felicidade, eu não deixo mais.