quarta-feira, 10 de julho de 2013

Meu mundo

Quero um tempo pra mim, um tempo para meu mundo. Quero saber o que se passa no meu coração, quero saber quais são meus sonhos, meus ideais e até mesmo meus objetivos, pois nos úlitmos dias tudo parece meio confuso para mim.
Ultimamente não sei qual é o meu lugar neste mundo de pessoas diferentes, neste mundo cheio de contradições entre o que é bem e mal, e sem saber o que realmente é certo, quero saber o que devo fazer dos meus dias, qual caminho devo seguir e para onde ir.
Mesmo parecendo meio solitária, o que eu preciso neste momento é ficar só comigo mesma, para que eu possa decobrir quem eu realmente sou, para que eu possa fazer transparecer minha essência e assim ser mais verdadeira nas minhas atitudes.
Então não me procure, não me force a ser simpatica quando não estou afim, me deixe por um momento, por um instante, me deixe com meus livros, meus textos, minhas musicas e minhas neuroses, não to precisando de ajuda. Só quero viver um pouco só pra mim, sim pode soar egoista, mas só assim terei a certeza que não estou sendo falsa comigo e com o mundo.
Quero ficar um pouco distante desse mundo cheio de hipocrisia, de gente que vive reclamando, mas não fazendo nada para mudar, não to afim de sair toda sexta para ir no mesmo buteco, com as mesmas pessoas, tendo as mesmas conversas, isso não me pertence mais, não me agrada ouvir a mesma piada e mesmo ter que rir. Continuar participando de toda essa fantasia de mundo "perfeito" está me tirando o folêgo e minhas forças.  ¬¬

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Sou um jardim extemporâneo onde as memórias desabrocham de vez em quando, sem cerimônia e totalmente fora da estação. Tem dia que o sereno da saudade cai tão morno e perfumado sobre mim, que um beija-flor ávido por ração e descanso pousa nos meus ramos e fica ali, estudando a paisagem e se balançando ao sabor da brisa suave que os meus “ontens” ainda sopram.

Tem dia que a minha saudade floresce como uma primavera inopinada, e o mesmo beija-flor de outrora vem sobrevoar os meus canteiros, remexer as minhas histórias e sugar a seiva doce das recordações que eu guardo junto ao peito. Não há vento e nem chuva capaz de demovê-lo desse bater de asas ao meu redor. E assim, segue ele em sua busca indiscreta por segredos escondidos em meus estames, como pólen do tempo, bebericando doçuras entre pétalas descerradas em manhãs que ficaram para trás.

Então, eu o afugento: “Voe, beija-flor, voe! Voe e me permita inventar outro destino”!

E, quase obediente, ele voa para longe... Voa, mas sempre volta. Volta sempre que as sementes esquecidas ao chão germinam e trazem viço ao que parecia morto, e dão novas cores ao que desbotou com o passar do tempo. Ele volta sempre que uma flor nostálgica se abre dentro de mim e lança o seu perfume através dos desvãos da minha alma.

E, quando isso acontece, eis que, de flor em flor, com suavidade e leveza, aquele beija-flor vem zunir suas asas junto aos meus desejos e beijar os meus pensamentos distantes com a máxima ternura e delicadeza. Lembrança boa é assim: tem o cheiro, o gosto e a textura de quem foi embora para sempre, sem jamais se deixar ser esquecido.


Renée Venâncio