quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Eu tive coragem de viver...

Quando chegar no meu último suspiro, quando dobrar a última esquina, quando beber a última gota dessa vida, só quero ter certeza de uma coisa, que eu tive coragem.
Que eu tive coragem de andar ao lado do amigo que ninguém quer, o bandidinho que os pais pintavam, o pobrinho do qual os colegas de escola zombavam, o burro que meus professores ignoravam, o estranho que o pessoal do trabalho excluía.
Que eu tive coragem de ir atrás do amor, o amor pelo qual eu larguei aquele namoro de três anos, aquela cidade chata, a opinião da família, aquele amor que me consumiu as entranhas, que me fez feliz de uma forma que eu nem achava possível.


Que eu tive coragem de abandonar aquele emprego monótono, aquele que não tinha nada a ver comigo. A coragem que me fez ter três profissões, um milhão de experiências, ganhar o suficiente para ser tudo aquilo que eu sempre quis, ser feliz.
Que eu tive coragem de andar contra tudo aquilo que esperavam de mim, que consegui transpor a barreira do preconceito, do medo, do erro, da sorte. De escrever minha própria história. De ter tido amigos maravilhosos, alguns de merda, por ter achado o amor da minha vida por duas horas ou por duas décadas, de ter feito aquilo que meu espírito era capaz.
De ajudar, de sofrer, de rir, de correr atrás, de abandonar, de começar de novo, de remedar o que valia a pena.
Que eu tive coragem de viver.