quinta-feira, 27 de março de 2014

E de repente a vida te vira do avesso…

                                                        ...E você descobre que o avesso é o seu lado certo.


Agora tem todo esse medo de pirar, porque,
honestamente, sinto muito, mas não sinto porra nenhuma.
Fico numa angústia, naquelas de estar down
e pensar que nunca vou amar ninguém e puta que pariu.
[Jaya Magalhães]


Quando você passa muito tempo vendo cada individuo a sua volta sofrer por algo que o mundo julga ser a coisa mais linda da vida, nasce em você aquele receio de que se entregar para valer, é apenas se juntar a todas elas. Nunca me juntei. Confesso meu interesse por esse assunto ser maior do que os dos outros, e muitas vezes julguei amar alguém, por ser fascinada pelo que eu sentia ou até mesmo pelo causador disso tudo. A realidade é que em todas essa ocasiões eu saio por ai amando o meu amor e não a pessoa. A prova disso é que quando o alguém ia embora eu deixava e ficava toda feliz por poder sentir essa coisa gostosa que me fazia ter inspiração para escrever, ou sair por ai dizendo que eu sabia algo sobre esse negócio de amar. Isso explica o motivo da minha ausência nessas caixas em brancos, que antes possuíam algum encanto para mim, e para o esvaziar de toda essa lotação de vazios. Convenhamos que meu otimismo se estabeleceu em cada palavra que aqui escrevi, da mesma forma que minha paixão por ele. Mas hoje, confesso minha escassa vontade correr atrás de mim mesma para sentir aquela borboletas no meu interior. Agora há apenas lagartas passeando, e eu ando muito ocupada para alimenta-las.


Hoje de manhã eu acordei e fiquei olhando para tudo catatônica, um misto de susto com deslumbramento. Me dei conta de que essa é a pior e a melhor fase da minha vida. Eu nunca andei tão triste e nem tão feliz. Foi difícil enterrar tantos mortos e tantas rotinas, mas está sendo muito fácil viver dentro de mim.
[Tati Bernardi]

terça-feira, 25 de março de 2014

Coisas aleatórias

Aprendi que prefiro vinho a agua, mas que não posso beber mais que duas taças. Chuva é bom para o sono, mas é péssimo quando há livros que precisam ser lidos. Se você quer odiar uma música, é só coloca-la como despertador. Sempre quis pintar meu cabelo de vermelho, minha mãe salvou minha vida não me oferecendo refrigerante quando criança. Escrever diários foi uma das melhores coisas que fiz, tenho desde 2009. Pessoas calmas me irritam. Acordo sempre de bom humor, mas é muito raro eu ir dormir com ele. Não há bom humor quando sou acordada, odeio atender telefone. Ainda não posso ver um balanço sem deseja-lo. Não atendo a campainha quando fico sozinha em casa. Só vejo filme de terror quando estou muito triste, mesmo passando metade deles com os olhos tampados. Ler pensamentos sempre será um dos meus maiores desejos. Morro de medo de alguém ler os meus. Acredito em tudo que me dizem. Machado de Assis deveria ter se casado comigo. Tenho preguiça de dormir fora de casa. Grampeei o dedo quando criança para ver se doía. É, doeu. Bebo agua o dia todo, mas só quando lembro.  Sou viciada em datas, e me encanto com pessoas que as lembram. J.K Rowling é meu gênio. Constatei que mentalmente eu devo ter uns 65 anos, e a maior parte do tempo uns 9. Sorvete no frio é mais gostoso. Só um dos meus melhores amigos sabe de todas minhas manias. Receber desculpas me deixa doce. Ainda prefiro amigos homens, ainda tenho medo de pessoas e de sonhos. Meu cinismo irrita minha mãe. Gosto de felinos, mas odeio gato. Já disse que o Machado de Assis deveria ter se casado comigo? Joguei purpurinas nas minhas cicatrizes, e continuo achando tudo muito bonito. Academia me descansa. Chorar e se olhar no espelho me faz me sentir menos sozinha, sorrir para alguém nos faz ganhar outro sorriso. Sempre quis ter um tigre de estimação depois que li um livro que um menino o tinha.  Adoro escuro, ou lugares que tenham pouca luz. Corujas me encantam. Ainda terei uma de estimação. Queria ter vivido no tempo do filme “Orgulho e Preconceito”. Tenho uma tatuagem de pássaros. Odeio fazer trabalho em grupo, as diferenças ficam muito evidentes e causam conflitos que balançam amizade. Amo domingos porque são calados e de segunda feira por ser começo. Já foi provado que não tenho tpm, mas adoro por a culpa nela quando choro. Quando uma história fica muito tempo na nossa cabeça, ela esta pedindo para ser escrita. Não tem coisa melhor que escutar música clássica para dormir. Não sou fofa como pensam e não teria metade dos meus colegas se eles soubessem o que penso deles. Baixar músicas de artistas que não conheço é uma das surpresas mais gostosas, ou uma das maiores decepções. Sempre quis saber cantar, ou ser atriz. Não gosto de conversar de manha. Tenho vergonha de falar em publico, mas quando começo não paro. Ver lua cheia me da vontade chorar . Vento é uma das minhas maiores paixões, se não for a maior. Como doces com coisa salgada o tempo todo e ninguém entende. Pessoa que imitam minhas risadas nunca repararam que eu tenho mais de uma. Ainda me sinto incompleta, e vou sempre me sentir, enquanto ela morar lá, e eu aqui. Minha melhor amiga é única que não me olha me achando louca quando falo das minhas ideias, talvez por ser a única que as cometeria também. Escrevo desde criança, sem motivo algum. Não lido bem com perdas. Não tenho memória, mas me lembro de tudo que me fez gargalhar com a mão na barriga. Corro atrás de borboletas. Odeio realidade, sou viciada em seriados. Sempre quis um amor para vida toda. Assistir filme ainda me acalma mais do que um abraço, mas não gosto de finais felizes. Gosto de pessoas que me fazem melhorar de alguma forma. Tenho crise de choro quando fico com raiva, e crise de risos quando estou muito triste. Tenho paixão por gente que acha sentido nas coisas que não tem. Já me apaixonei por dois professores. Tati Bernardi consegue me tirar do sério, e me trazer pra ele. Tenho pavor de beliscão. Quero ter muito dinheiro para viajar sem data de volta. Amo praia deserta, mas não gosto de areia nem da água do mar. O mundo é redondo, tudo que parte em direções opostas acabam se reencontrando algum dia.

sábado, 15 de março de 2014

Procuro desesperadamente por mim...

                                                        ...E não vou parar até que eu me encontre.


Ando meio perdida.
E me perco ainda mais só de pensar nisso.
Posso sentir todas minhas decisões tomadas,
posso ver que não há um misero sinal de duvida nelas,
em nenhuma, mas ainda estou perdida.
E continuo me perdendo todos os dias.
Cada vez mais.
Não é triste, nem algo que me desespere.
Só não me encontro mais nas coisas que costumavam levar meu nome.
Não me satisfaço mais com as coisas de sempre,
não me acostumo com as pessoas de sempre.
Preocupante. Mas ando tão perdida, que perdi também
algumas caracteristicas, e com elas, boa parte da minha preocupação.
Ando perdida, mas talvez a verdade nem seja essa,
só não consigo encaixar nada de mim em nada do mundo.
Porque agora, eu procuro apenas me encaixar em mim mesma.
Opiniões, conselhos, comandos, mandatos, nada disso me interessa.
Posso refazer meus planos e metas e alcançar a todos,
e ainda me sentir perdida.
Entretanto posso me procurar todos os dias
e me achar em cada nova situação, pessoa, musica, sorriso.
Acho que essa constante procura me faz nunca esquecer de mim,
e estar preparada para sempre me reencontrar.
É, ando perdida.
Mas quase posso me sentir agora.




'A maturidade me permitiu olhar com menos ilusões,
aceitar com menos sofrimento,
entender com mais tranquilidade
e querer com mais doçura.'
[Lya Luft]

quarta-feira, 12 de março de 2014

Adoro chuva. Poupa lágrimas.

Um sofrimento é sempre uma advertência, pior para quem não sabe compreendê-la. Quando a natureza puxa a corda, é porque caminhamos ao contrário; quando ela nos castiga, é que o perigo está perto.
Aí, então, de quem não reflete!
[Eliphas Levi]


Não sei mais expor-me em palavras. Tão pouco sei expor o que sinto. E talvez, esses sejam os tempos em que sou mais invadida por sensações que antes não possuíam nome para mim. E estes, puderam crescer junto a todos aqueles que já possuíam algum significado... Porque o amor é sofrível, escondo isso em todas minhas palavras soltas, meu embalos, meus sorrisos estampados que surgem vez ou outra. Mas não sou capaz de esconder de tudo, não sou capaz porque não me permito ser. Dou-me um momento, aqui e ali, para sentir a dor. Para sufocar com todas as lágrimas que um dia prometi não tocarem mais ao chão. Sempre cumpro minhas promessas, o que me faz lembrar que deveria prometer outras coisas. Coisas que nunca cumprirei, e assim perderia minha palavras. Faço isso agora. Deixo escapar o pouco de pessimismo e dor por entre essas linhas que não deixam significado algum, rastro algum, e que ninguém pode supor o que seja. Talvez nem exista, provavelmente não exista mesmo. Mas preciso disso, para marcar minha vida, para senti-la, para ouvir meu coração e saber que ele bate por alguém, e quando esse alguém pira, meu coração segue o movimento. Preciso acreditar que é verdadeiro, e para que seja, necessito ter momentos de loucuras que são capazes de me fazerem desejar o sumiço, momentos de desespero que me fazem lutar contra mim, e contra esse sentimento que não é um complemento apenas, tornou se parte de tudo que leva meu nome. Mas gosto de me enganar, gosto também de você, e de todos os outros que amou. Isso me faz aproximar todo mundo e esquecer de mim. A mania idiota da garota boba que acha que pode viver sozinha. Então viva, faça de toda dor que se acumulou ao longo dos meses um sorriso bobo e esse ser seu único espaço para guardar toda ela. Porque nos próximos, falará de como é bom sorrir e ver crescimento em tudo. Então fale. Porque é isso que fará a diferença lá na frente, mesmo que você não veja agora. Saber que a dor existe sim, só um tolo a negaria, mas que pode ser disfarçada e salva por todas as belezas de sua vida. Beleza essas que não incluem ele, nem nada que o lembre. E a vida é bela, sempre foi.


"Das minhas certezas, sou contraditória,
dos meus erros, sou verdade, das minhas doçuras,
sou vaidade, dos meus medos sou metade."
[Ju Fuzetto]

Um erro, um tropeço, um final de semana que não deveria ter tido fim e que acabou cedo demais.

Eu escrevi um texto imenso, fechei o Word e arrastei pra lixeira. E fico pensando que bem que poderia ser tão simples apagar sentimentos. Tão fácil quanto bloquear no Twitter, remover do Facebook, poderia ser apagar do coração, deletar da memória. Eu tinha tantas coisas pra dizer. Sobre o amanhã que nunca vai chegar, sobre o que eu sinto e mal sei o que é, sobre como eu te queria aqui agora, deitado na minha cama, mexendo na minha geladeira, debochando do meu ciúme sem fundamento. E apesar de tudo, eu aprendi. Aprendi que só vai ser bonito se eu deixar. Que só vai durar, se eu não continuar dando um jeito de pôr um fim antes de começar. Que não adianta desejar um ‘felizes para sempre’ se eu nem consigo ser feliz por um dia. E que o ‘tarde demais’ não demora a chegar, quando a gente só consegue enxergar o lado feio das coisas... O pior de tudo é saber que não tem conserto. Que não tem volta, que todas as possibilidades de ‘ser bonito’ foram esgotadas. O que dói é saber que não vai doer pra sempre. Que vai virar lembrança de um dia qualquer, do que não deu certo.Um erro, um tropeço, um final de semana que não deveria ter tido fim e que acabou cedo demais. Ficou vontade. De esquecer, de viver tudo de novo, de fazer valer a pena, de voltar no tempo e dizer não. Ficou saudade. Do colo, das piadas na hora errada, do carinho no teu rosto, da tua inquietação durante o sono, do teu sorriso com os olhos, dos dias que valeram por mil. Cheguei em casa, desfiz as malas, engavetei as lembranças, guardei os momentos bonitos em um canto qualquer. E finalmente me convenci de que vai passar. E saber disso é que dói.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Demorei pra parar de inventar desculpas pra ausência do outro e começar a me pedir desculpas por me permitir viver com tão pouco !

A verdade é que se alguém gosta de verdade de você, esse alguém só vai arrumar desculpas pra ficar junto, nunca o contrário. Se ele ama mesmo você, ele vai achar graça dos seus defeitos, vai entender suas manias e achar um charme seu temperamento difícil.Porque amar é isso, é se virar do avesso pelo outro, não querer virar o outro do avesso. Demorei pra aprender o valor do amor, e perceber quem gosta mesmo de mim. Demorei pra parar de inventar desculpas pra ausência do outro e começar a me pedir desculpas por me permitir viver com tão pouco. Mas entendi a tempo de parar de gastar meu coração e meus sonhos com quem tampouco merece meu bom dia. Agora eu guardo minha preocupação, meus esforços e meu carinho. Agora eu não remo mais sozinha, muito menos fico em barco parado. Eu pulo em alto mar. Em barco furado ? Eu nem entro. A gente aprende né ? Mais cedo ou mais tarde, aprende. A gente supervaloriza tanto certas pessoas, mas só até a gente entender nosso supervalor. Só se contenta com qualquer companhia, quem não sabe lidar com a própria. Agora são só duas opções: Me faz muito mais feliz ou me deixa em paz. Porque feliz eu já sou, e me roubarem a felicidade, eu não deixo mais.

Uma pena tuas vontades breves, tua vida vaga, seu sorriso sem paz, meu tempo perdido. Uma pena você.


Fez tanta questão e agora eu te pergunto: Pra que? Atormentou minha vida, enchia os meus dias, fazia de tudo pra que eu fosse tua e pra que? Um dia me rendi, me entreguei, me perdi. Teu desejo realizado, eu apaixonada, finalmente o começo da nossa história. Aí você enjoou, simples assim.Como quem deseja muito um casaco, se desdobra pra comprar e quando finalmente consegue, logo perde a graça. Você joga no armário e deixa esquecido, não te aqueço mais. Optou por um novo casaco, um novo alguém. Outra que em breve vai estar perdida no armário também, que vazio. E eu fico aqui pensando, o quão infeliz é uma pessoa assim? Quer ter por capricho, nada além disso. Coleção de casacos e o frio nunca passa, porque o problema não é dos casacosEntão que você seja feliz assim, congelado, insatisfeito, procurando em alguém tudo que te falta e não conseguindo se preencher nunca. Uma pena tuas vontades breves, tua vida vaga, seu sorriso sem paz, meu tempo perdido. Uma pena você. 

Deixa pra lá, um dia você vai ter que encarar os fatos e parar de fingir que nada está acontecendo, como você sempre faz.

Numa conversa batida dessas que a gente sempre tem, ele me disse que odiava perder as coisas. Assim, sem nada subentendido, se referindo a uma chave e só. Pensei em perguntar como ele vai se sentir então,  quando finalmente perceber que me perdeu. Resolvi deixar pra lá... É que é um pouco automático, quando a gente gosta, espernear e tentar puxar de volta algo ou alguém que a gente perde. E eu não tenho estrutura emocional pra assistir, fria, esse tipo de cena dramatizada. Esses apelos, com tanta alma, que era exatamente tudo que eu sempre esperei por tanto tempo, de uma outra forma, num outro momento. Deixa pra lá, um dia você vai ter que encarar os fatos e parar de fingir que nada está acontecendo, como você sempre faz. Vai ter que parar de fingir que não nota que eu não tenho mais vontade de te contar cada segundo do meu dia, falar com você por horas, te ver todos os dias possíveis, puxar qualquer assunto bobo só pra ter você ali por mais algum tempo e talvez esse seja o sinal mais gritante do fim do amor. "Relaxa, foi só uma chave", digo engolindo a oficialização do fim, mais uma vez. Pensando, realmente, que a droga da chave não foi nada, devia estar preocupado com coisa pior. Mas tem gente que perde e nem sente, tudo bem. De verdade. Melhor assim. Cada dia tô mais longe e, muito em breve, estarei longe demais pra ouvir com qualquer tentativa de argumentação ou promessas de recomeços. Nesse dia, veja bem, se você ainda não tiver aceitado nosso desfecho, te conto meu novo começo e deixo claro o momento em que deixamos de existir. Automática, como nunca imaginei ser contigo, deixo meu adeus e votos de felicidade, sem mim. Que você, de vez em sempre, morra de saudade, mas, principalmente, que um dia aprenda a ser dois. 

É preciso muito amor pra que eu transborde.

Ele reclamava de eu não ser romântica e atenciosa o bastante e me perguntou se eu já me declarei pra alguém alguma vez na vida. Aquela pergunta indelicada com um risinho irônico e cara de quem já sabe a resposta. Automaticamente me lembrei de você. De todos os textos, ligações, mensagens, cartas, emails e músicas. Do quanto me entreguei e de como tudo acabou sem o final feliz esperado, mas ainda assim foi o mais forte, intenso e bonito amor que já vivi. Olhei pra ele e respondi: É preciso muito amor pra que eu transborde.

Vontade de ser encontrada em uma multidão de vazios.

Vontade de me apaixonar, de ser vencida por um olhar, de ser roubada por uma mão que me pega na cintura, de ver alguém me descobrindo com ar de surpresa, de perder o raciocínio para o pensamento em alguém, de não enxergar distância entre os dois lados da cidade, de me arrumar por algum motivo a mais que o trabalho, de ter disposição para encontrar músicas novas, de ler uma poesia e saber que seria possível vivê-la, de encontrar alguma graça em passar pelo domingo, vontade de ser encontrada em uma multidão de vazios, vontade de que fosse agora e para sempre. Preciso te achar desesperadamente e é tão pouco e quase próximo, o que nos separa são os encontros.

Sobre a saudade ...

Mãos que já se tocaram e não se tocam mais... acho que isso é saudade. Uma música que nos leva a um tempo que não é o hoje, um cheiro que faz nosso corpo desesperar-se lembrando de outro, uma lembrança que faz nosso coração lembrar o quanto já amou (e ainda ama). Saudade é memória que, apesar de doída, quer ser lembrada, sentida. Sabe aquela menina teimosa, que não aceita ser deixada de lado? É ela: a saudade. 

Que chega sem aviso prévio, atropela os pensamentos e inunda alma com gritos de “replay”, de quero mais, é como aquela melodia linda que você não se cansa de ouvir, mas que uma hora irrita os ouvidos, o coração. Afinal ninguém sente saudades de coisas ruins, saudades é um tic-tac, é um vai e vem de coisas boas, daquele sorriso, daquela época em que o mundo podia estar em guerra e você em paz, daquela fase de bravura em que você enfrentaria o mundo só porque alguém segurava a sua mão e te dizia, vamos estou com você.

Quanto de mim é saudade? Nem sei se dá pra medir. Já é amiga da casa, já é parte de mim. Não pede mais pra entrar, não avisa quando vai chegar. Não tem pra quê, já é íntima.
Então senta, pega um banquinho pra acomodar o coração, pois quando a saudade bate na porta, não há razão que ganhe, não há grito mais alto do que a vontade de estar onde a saudade não é só uma lembrança, mas sim realidade.