domingo, 25 de maio de 2014


Querida morte ,

Fico grato por levar aqueles que sofrem , grato por levar aqueles que não merecem viver , grato por dar um fim a vida daqueles que querem morrer . Lhe peço com o devido e já anteriormente imposto respeito , que me leve , me leve agora , sem conversas, sem explicações , sem maiores raciocínios e labuta . Anseio estar em teu colo, descansar em teio seio , desfrutar de tua companhia . Converso com a dona vida a alguns anos, e infelizmente não entramos em um acordo . O preço que Dona vida me cobra para usufruir de seus dominios são caros e de algum modo inacessíveis para a minha pessoa . Tentei negociar com os melhores argumentos possíveis , tentei dar tudo o que tinha e o que nao tinha para poder caminhar lado a lado com Dona vida , mas voce a conhece , ela é cruel e injusta . Voce querida morte , você não . Voce é justa a sua maneira , mesmo que muitos não concordem com a forma com que efetua seu trabalho, ele é sempre efetuado com exito . Mais vale aproveitar o sono da morte do que o caro contraro de vida.


Obrigado desde já!

Iceman

terça-feira, 20 de maio de 2014

A minha única salvação é a alegria...

Uma alegria atonal dentro do it essencial (...)
[Clarice Lispector]


Deveria estar escrevendo novamente sobre amor, ou sobre sorrisos e a facilidade que se pode te-los. Mas ando tão cheia de mim, que isso precisava de alguma forma sair. Já disse há algum tempo que ando calada, esperando que meu silencio fale por mim... E para mim. Desejo que eu seja capaz de me ouvir como sou capaz de ouvir as outras pessoas. Não ando obtendo sucesso. Esta tudo tão diferente tão estranho, que este talvez seja o meu post mais confuso, e provavelmente o mais sincero. Na minha vida tudo sempre é assim, o meu amor mais sincero também é o mais confuso, não dos amores que tive em minha vida, mas provavelmente de todos que se conhecem. Meu egocentrismo as vezes me abala, como agora. Cresci ouvindo meus pais dizerem que mudei. Sim, isso porque mudo o tempo todosempre continuando sendo a mesma. As caracteristicas que fazem o mundo me conhecer continuam as mesmas, a animação de sempre, o sorriso escandaloso de segunda-feira de manha, a facilidade de ouvir e entender, o defeito de falar demais e não levar quase nada a serio, a teimosia de não ouvir conselhos e seguir o que meu coração manda, a mania de criar manias novas, a intensidades das relações, a facilidade de acaba-las. Mas sempre mudo. E agora não sei quem sou. E isso soa dramático ou triste, entretanto me encontro em uma das melhores fases da minha vida. Porque posso ser quem eu quero a cada momento. Criei uma independência tão forte, que as vezes me assusta.Sempre fui de estar do lado, de ir atrás, de querer cuidar e estar disponível, agora vejo as pessoas se afastarem e não me movo um milímetro para muar isso. E a falta de medo de perde-las, sempre as fazem voltar. Se eu soubesse que seria assim o tempo todo, talvez não teria a sorte de ter tantas pessoas a minha volta. Mas isso não muda muito minha estranha sensação de tomar estranhas atitudes que fazem de mim uma estranha para mim mesma. Na verdade a falta de atitudes que acaba me distraindo do foco de tentar obter a resposta da minha personalidade, vida, ou até mesmo emoção. Mas não me importo. Não me importo em não conseguir mais pensar. Antes qualquer vão de tédio eu fechava os olhos e imaginava tudo que queria, e vivia tudo que imaginava, e sentia tudo que vivia.Agora se fecho só olhos eu adormeço. E esse vão de tédios já não existem mais. Sorte do meu amor, a quem eu dizia que o amaria até o tédio. Mas ando feliz, e satisfeita, é algo que não da para explicar, porque sempre fui assim. Ao menos todos me viram assim. Costumo dizer que a felicidade não deve depender de objetos nem de pessoas, mas de sentimentos, de como andam as coisas dentro de cada um, contudo a minha felicidade sempre foi o resultado das peças do quebra-cabeça da minha vida. E a cada dia formo uma figura nova, as vezes perco algumas peças, outras troco com pessoas, as vezes eu mesma descarto, porem sempre ganho novas, e minha criatividade de criar diferente formas com todas elas é um dom e tanto. Tenho a impressão que fugi do contexto do meu desabafo sem sentido, mas não posso nem me surpreender, isso alem de ser umacaracteristica de todos meus texto é também da minha vida. Tomo alguma atitude com um principio, termino com outro. Crise de personalidade? Nunca me disseram isso. Também nunca me encaixei nesse perfil. Alias não me encaixo em perfil nenhum.


"A vida não é um questionário de Proust. Você não precisa ter que responder ao mundo quais são suas qualidades, sua cor preferida, seu prato favorito, que bicho seria. Que mania de se autoconhecer. Chega de se autoconhecer. Você é o que é, um imperfeito bem-intencionado e que muda de opinião sem a menor culpa."

quinta-feira, 1 de maio de 2014

É preciso saber perder-se quando queremos aprender algo das coisas que nós próprios não somos.

Pudera eu, hoje, entender o quão era bom um chocolate quente. Mas agora até isso me deixa meio paranoica, quem dirá aliviar alguma dor.
A realidade é que nunca parei para pensar no que significava aquela caneca, e aquele beijo no joelho machucado, e percebi que isso era a razão de tudo, não pensar. Não se pensava em nada, só vivia.
Crianças vivem, não existem. Se apaixonam por tudo e por todos. Pela folha, pelo cachorrinho, pelo lacinho novo ou pela boneca da vizinha.
Eu nunca brinquei de bonecas, mas amavas os passarinhos. Eles cantavam para mim quando eu era mais nova, ou era nisso que eu acreditava.
Não me lembro da ultima vez que ouvi um passarinho cantar.
Acho que eles me esqueceram. Talvez eu tenha esquecido eles.
Não me lembro também da ultima vez que beijaram um machucado que fiz, muito embora eles estão longe demais dos outros, em uma parte que só eu consigo chegar. Isso me faz recordar que não esfolo o joelhos a muito tempo.
o que me leva a perceber que as coisas que me faziam viver naquela época, um tanto quanto recente, hoje não estão presentes. Hoje, meus joelho só tem as cicatrizes antigas, e meu choro, quando vem, não são por elas.
São pelas recentes.
Elas não estão no joelhos.
Mas me contento em saber que não sangro tão fácil, mas tenho feridas profundas que quase não lembro que existem, iguais as do joelhos, joguei purpurinas nelas, e continuo achando tudo muito bonito, até mesmo as cicatrizes.