segunda-feira, 30 de junho de 2014

Um dia você me conta?

 A graça que você vê nessas coisas vazias que você chama de liberdade. Nos churrascos, nas cervejas, nas meninas baixas que você fica por aí, que não sabem nem o valor delas, quem dirá o teu. Me conta a sensação de antes de dormir, nada disso tudo que te faz tão feliz, restar pra te fazer carinho, se preocupar com você, perguntar do seu dia. Queria saber o que te sobra depois, no meio dessa merda toda que você faz tanta questão. Hoje te sobra eu, não é? Sobro eu aqui, sempre relevando, entendendo, esperando, atrasando meu tempo em função do teu. Sobro eu me preocupando, sempre disponível, morrendo de saudade. Sobra meu colo, sempre que você precisar ou se cansar das tuas diversões baratas. Só que, dessa vez, quem tá cansada sou eu. E, de verdade, não sei até quando vou conseguir continuar esperando uma ligação, você vir pra ficar. Não falta muito pra você voltar e não me encontrar sentada. E isso me dói, porque eu esperei por muito tempo um começo de verdade e tô começando a pensar num fim pro que nunca começou. Me dói porque você me faz feliz e eu já abri mão de tanta coisa por você, e você continua acomodado na sua zona de conforto, sem se importar se essa posição me dói. Então queria te dizer, mesmo sem você ter perguntado, que me dói e dói demais. E se você gosta mesmo de mim, se o teu sentimento for maior que o teu egoísmo, me tira daqui, deixa eu deitar em você a hora que eu quiser. Meu e de mais ninguém. Se você prefere continuar brincando de dono do mundo, que você seja feliz. Porque eu valho muito pra ser opção de fim de tarde e quando eu encontrar uma posição mais confortável, talvez seja tarde demais pra outra ligação. Deixa recado na caixa postal. ;)

- Desconheço a autoria.

domingo, 29 de junho de 2014

Amadurecer talvez seja descobrir...

que sofrer algumas perdas é inevitável, mas que não precisamos nos agarrar a dor para justificar nossa existência.  [Martha Medeiros]


Deitei na cama pela quinta vez em menos de dez minutos e tentei entender onde tudo aquilo daria. Até onde eu testaria minha força e minha independência emocional. Até quando eu poderia suportar a agonia de estar bem, mesmo que a coisa que eu mais queria não estivesse. Tem tanta coisa acontecendo, tanta coisa que foge do meu controle, tanta coisa indo e vindo, tanta pouca coisa ficando. Mas esta tudo tão errado. Dentro da minha casa, da minha cabeça, do meu caderno... Dentro do meu peito. E lá fora, no mundo... Tudo tão chato, tão injusto, tão fraco, e tão, mas tão pouco. Tem tudo para dar certo, mas parece que a vida insisti em ser apenas professora, em apenas nos dar algo para aprendizado. Tenho vontade de gritar da janela do carro que eu já aprendi tudo sobre isso, que eu posso muito bem continuar aprendendo possuindo alguma coisa. Tudo fora do lugar, tudo conectado, mas nada encaixado de verdade. Sou obrigada a aceitar que as coisas quando são para ser será, no tempo certo. To cansada também do tempo certo, quero meu tempo. Quero fazer o agora, e não o depois. O depois, deixa pra depois. Lá na frente não vou estar sentindo isso, e vou estar querendo outra coisa, que a senhora vida vai esfregar na minha cara, que só depois. E vai virar um circulo sem fim, e vou morrer antes de ter o meu agora. Antes de ter você deitado na sua cama pedindo que eu deite com você.  E as coisas continuam assim, indo para um lugar que ninguém sabe onde é, mas que ninguém quer que vá. A gente quer mesmo que seja do nosso jeito, pelo menos em algum momento da vida. Porque acordar cedo esperando que seja um bom dia é fácil, fazer ser um bom dia é mais ainda. A dificuldade esta nos imprevisto, que insistem em ser mais espertos que a gente. Não importa o quanto queremos algo, o quanto fazemos por ele, o quando lutamos, tem coisa que não é pra ser agora... Ai a gente respira e espera o depois. Que no meu caso, tenho certeza que já vai estar tudo mudado o que quero fazer, e o quero para o agora. E depois, vem outro depois.


Eu queria não acordar e lembrar que ainda preciso conquistar você, porque você brinca de ser meu, mas mora do outro lado mundo. E eu não sou atleta e nem forte para correr tanto e tão longe, por isso gostaria de destruir tudo o que é seu do meu mapa. Eu tenho muita preguiça do seu olhar de “já sei o que é sofrer, agora posso viver sem medo porque descobri que eu não morro”. Eu já sofri por aí, mas ainda morro muito, todo dia eu velo meus restos e conto uma piada para ninguém perceber.
                                                                                                                                                                                       [Tati Bernardi]

Eu sabia que precisava escrever, não importava bem o que ou como, mas era daqules dias em que se a gente não explode em palavras, acabamos explodindo por dentro e matando tudo pelo caminho. E dessa vez eu queria matar alguém, queria achar um sentido no meu assassinato que não fosse a cura da minha dor. Sorri ao escrever algo assim, não me recordo a ultima vez que falei de dor, tão pouco que a chamei de minha. Não me culpo, tão pouco sinto pena de todos esses pedacinhos que estão no chão do meu quarto, esperando que minha preguiça de junta-los vá embora, e eu deixe o chão brilhando como de costume. A gente acha que pode controlar todos os sentimentos do mundo, porque fizemos isso uma ou duas vezes. A gente se acostuma ser forte todos os dias, sem lembrar que a fraqueza não é ausencia da força, mas o desafio dela. Não se é forte, sem saber como é dormir com as pernas agarradas e acordar com o rosto molhado. Só se aprender a viver quem ja passou pela dor de sentir uma dor que se achou impossivel de passar. Eu só escrevi, para lembrar de tudo isso, e achar que toda essa vontade de quebrar meu espelho tem algum sentido lá na frente. Mas isso só entendi no fim do texto. Alias isso também é horrivel, só aprendemos no final. 

sábado, 21 de junho de 2014

E-mail

Pleno sábado de manhã resolvo abrir meu e-mail e me deparo com o seguinte texto: 

"Eu teria te esperado, a vida inteira se fosse preciso. Teria esperado sua confusão passar, seus outros amores, seu amor por mim chegar. Esperaria tudo que fosse necessário, todo o tempo, se eu soubesse que era essa a sua vontade. Se eu soubesse que mesmo voando para outros horizontes, mesmo confuso e desnorteado, era pra mim que você voltaria, tendo a certeza que só do meu lado seria feliz. Mas você resolveu ir embora aos poucos sem deixar esperanças de voltar um dia. Você se foi sem olhar para trás, sem deixar rastros de esperança, sem tentar enxergar aquele que sempre quis estar contigo a todo tempo e em qualquer situação da sua vida. E o que me restou foi apenas ficar acenando, olhando o aumentar da distância. Você foi e eu fiquei. Fiquei sem saber o que fazer da saudade, da angustia, do vazio que sentia no peito, das lembranças, dos nossos encontros. Dos nossos sonhos planejados e que não mais seriam realizados. Sem saber o que fazer de mim sem ti, já que levou uma parte de mim sem ao menos me devolver. O tempo passou e entendi que só posso esperar por quem espera por mim. E assim resolvi seguir adiante, sair daquela história onde morei por algum tempo. afinal, algumas vezes a necessidade de partir é maior que a vontade de permanecer. Olhei para trás, derramei algumas lágrimas que doíam a fundo no meu coração, lágrimas que feriam a minha alma, mas respirei fundo e resolvi seguir adiante e é isso que importa. E de tudo ficou uma lição perfeita de vida: uma vida inteira é muito tempo para esperar por quem decidiu partir sem olhar pra trás e sem ao menos dizer Adeus."